Enquanto esteve em campo Vinicius Pacheco tocou o terror na cachorrada sem ônibus.
Eu podia estar roubando, matando ou malocando dinheiro público desviado na meia ou na cueca, mas sou Flamengo de corpo e alma e estou aqui botando a cara pra comentar a patuscada da quarta-feira de cinzas. Peço a atenção de todos, principalmente dos psicopatas foguinhenses, que cultivam o feio costume de só apoiar seus mulambos após as episódicas e rarefeitas vitórias como a da noite passada. Pois dedicam a maior parte do seu tempo de vida a esculhambar seus próprios jogadores, organizar quarteladas para derrubar seus dirigentes e colocar faixinhas de cabeça pra baixo na grade dos estádios. Sosseguem suas úmidas periquitas e se liguem nas poucas linhas que se seguem.
Prometo retribuir a sua atenção não os amolando com caôzinhos do tipo Taça Guanabara não vale nada, estamos focados na Liberta ou críticas ao nosso ataque sibarita no Liga da Temperança mode on. Também prometo passar ao largo da quase irresistível comparação entre a pequena Unidos da Tijuca (não ganhava nada desde 1936) e o minúsculo Chororôrense (não ganha naaaaada, nunca).
E decerto que não ofenderei a minha própria hombridade com comentários sobre a arbitragem que jamais fizeram parte do nosso fuderoso way of life. Apesar de ter sido a primeira vez na minha vida em que presenciei uma desexpulsão, sem duvida um marco pioneiro na arbitragem mundial. O jogo foi jogado, os caras ganharam e tá acabado.
Não é preciso nem dizer que fiquei na bronca com o resultado atípico, anômalo e escalafobético. Foi algo mesmo de cair o queixo. Foi tão esquisito que após o jogo as torcidas do Mengão e do Foguinho tinham finalmente algo em comum: a absoluta incredulidade no resultado. Nenhum dos dois lados é capaz de explicar o resultado surrealista.
Não há nada a se explicar, mas uma coisa deve ser dita: o Flamengo, definitivamente, tem que aprender a jogar contra times pequenos, isso é um fato incontornável. E, por favor, que não me venham agora os 17 ou 18 torcedores sobreviventes do Foguinho exigir respeito e outras otarices do gênero. É inegável que o micrômétrico Botafogo se apresentou diante do Flamengo de uma maneira covarde e apequenada que geraria protestos até dos torcedores do dente-de-leite do Playmobil FC.
Pai Joel é velho conhecido nosso e sempre que tem nas mãos um elenco composto de enjeitados, losers e hematófagos, arma seus times baseado em um tripé tático que consiste em: imoral rodízio de faltas, bicudas pra tudo que é lado e cera vergonhosa pro tempo passar mais rápido. Se a eficiência desse modelo tático pode até ser discutida, a sua integridade moral (que é nenhuma) está mais do que satisfatoriamente demonstrada.
Sem querer ser soberbo (estou me esforçando), uma derrota pra um time armado dessa maneira escrota, que chega ao gol através de bolas paradas nas duas únicas vezes em que o adversário ultrapassou a linha do meio de campo não pode envergonhar a ninguém. Muito menos ao altivo torcedor do Flamengo, predestinado ao triunfo e amigo da vitória. Pois não foi uma derrota do Flamengo, foi sim uma vitória da sorte, ou em português mais elaborado, uma tremenda de uma cagada que não se repetirá tão cedo. Até mesmo porque sabemos que a sorte não costuma aparecer lá pros lados de Capitão Severiano e que é muito difícil que Andrade seja capaz de fazer uma substituição tão ruim como a que fez ontem pelo resto da sua, certamente longeva, carreira como treinador de sucesso.
Só acho que os foguinhenses estão exagerando um pouquinho nas comemorações. Não falo da intensidade, pois concordo que para o liliputiano bando de camisa feia vencer o formidável e assustador Flamengo é o equivalente a ganhar a Copa do Mundo, sim. E que tal fenômeno, tão raro quanto a aparição de um cometa, merece e deve ser muito festejado e exaltado.
Mas, dou um alô na humildade. A se considerar o histórico de vexames e humilhações a que a pequena e clandestina torcida alvinegra tem sido submetida nos últimos anos, até pelos São Raimundos da vida, seria mais prudente esperar o resultado do antidoping antes de soltar tanto foguete.
O Flamengo continua onde sempre esteve, no topo da cadeia alimentar do futebol brasileiro e paizão severo do futebol carioca. Só que agora teremos mais um domingo livre para ficar com a família, curtir uma praia ou mesmo ir a um teatro (hahaha nessa nem eu acredito). Estávamos precisando mesmo dar um break em tanta festa e manguaça.
Incrível, Fantástico, Extraordinário.
11:50 |
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